segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Filme de Segunda

Late Bloomers - O amor não tem fim
Foi lá em 2006 que a cineasta Julie Gavras lançou seu primeiro filme autoral, o bem sucedido A culpa é do Fidel. Agora, só cinco anos depois finalmente sai o segundo longa da filha do grande Costa-Gavras. Se o pai sempre optou por filmes políticos, de muito teor crítico, em seu novo filme Julie Gavras prefere abordar a vida como ela é, de gente comum, de gente que poderia ser seu vizinho ou seu avô.
Para contar histórias assim, nada como uma comédia dramática européia. Late Bloomers é sobre envelhecer. Mais que isso, é sobre descobrir o envelhecer, sobre dar-se conta que o tempo passou, que seus três filhos já saíram de casa e não moram mais ali, que sua mãe (e ela é uma personagem sensacional no filme!) está mais pra lá do que pra cá, que os homens já não viram o pescoço quando você passa, que sua memória não é mais a mesma.
Na trama, o casal Maria e Adan (respectivamente Isabella Rosselline e Willian Hurt) estão casados há 30 anos. Ela, uma professora aposentada. Ele, um renomado arquiteto, famoso por projetar aeroportos. Ao reparar em alguns detalhes do cotidiano, se dão conta que estão quase chegando aos 60 anos de idade e já vivem em pleno século XXI. A velhice é uma descoberta que afeta o relacionamento do casal, e cada um passa a encarar a realidade de uma forma.
Maria e Adan tornam-se antagonistas em Late Bloomers, pois ela assume a idade de forma tão radical quanto ele a rejeita. E poderia ser exatamente ao contrário, o filme funcionaria da mesma forma, com o mesmo exito. Os protagonistas Isabella Rosselline e Willian Hurt formam um casal simpático, e fazem ótimos trabalhos ao comando de Julie.
O filme é belíssimo como retrato da vida, tem uma trilha sonora deliciosa, daquelas de sair do cinema cantarolando. Late Bloomers parece ter um público alvo, pois quando assisti no cinema, 90% da platéia era terceira idade. E quando acabou, do lado de fora, uma fila simpática de velhinhos já se formava para a próxima sessão. Mas o tiro pode muito bem sair pela culatra e atingir quem não é velho. Só não pode atingir quem não vai envelhecer, que isso todos temos em comum.
Pra quem vai perder tanto tempo na vida com bobagem, não custa nada perder 94 minutos para assistir essa comédia que nos é tão próxima, tão leve, mesmo que tão real.
Classificação PoA Geral 
- Obra
- Baita Filme
X Bom Filme
- Bem Bacana
- Legal
- Meia-boca
- Ruim
- Péssimo
- Inclassificável    

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